segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

CROSS MATCH - ALOIMUNIDADE

Exame Cross- Match- Indicações e Tratamentos
Esta semana iniciamos parte do tratamento. As sorologias que devem ser feitas com o sangue do meu marido para que eu possa tomar as vacinas com segurança. Venho aqui dar uma idéia do que é o Cross- MAtch e no que consiste o tratamento. Há muitas dúvidas ainda sobre o assunto, muita discussão e opiniões médicas controversas. Mas os exemplos de suscesso após o tratamento nos levou a tentar realizá- lo e quem sabe conseguir nosso objetivo.
Sobre o Sistema Imunológico
Acredita-se que o sistema imune materno possua mecanismos para reconhecimento da carga genética diferente de um feto, e com isso, consiga protegê-lo contra a destruição. Haveria, assim, a produção dos chamados anticorpos bloqueadores que protegeriam o embrião recém-implantado no útero. Este tipo de resposta recebe o nome de aloimunidade. Quando não existe grande variabilidade genética entre o homem e a mulher, mesmo que eles não sejam parentes, tais anticorpos não são produzidos, deixando o embrião susceptível ao ataque do sistema imune. Portanto, se existe certo grau de semelhança entre o HLA materno e paterno, tais anticorpos bloqueadores não serão produzidos. Sendo assim, o embrião tem maior chance de ser destruído pelo sistema imune da mãe e o quadro clínico em tais casos poderá ser reconhecido como abortamento de repetição.
Exame de Cross-Match
A avaliação da presença de tais anticorpos é feita com um exame denominado Cross-Match, que pesquisa a existência de anticorpos contra linfócitos paternos no sangue da mãe. Existem diferentes métodos para a detecção desses anticorpos no soro materno, tais como a microlinfocitotoxicidade e a Citometria de Fluxo Quantitativa, sendo somente o último indicado para a avaliação na área de reprodução, principalmente por ser mais sensível e apresentar menos variância entre resultados da mesma amostra. Os resultados dos exames de Cross-Match são usados para indicar o tratamento e para monitorizar a resposta materna à aplicação das vacinas (ILP).

É importante lembrar que todo casal deve passar por prévia consulta com médico especializado antes de qualquer tipo de tratamento. Só o médico é capaz de julgar a necessidade de exames complementares coadjuvantes bem como qual terapêutica será necessária para cada casal. 

Vacina com linfócitos paternos (ILP)
É para tais casos que costumamos indicar um tratamento imunológico baseado na utilização de vacinas produzidas com linfócitos presentes no sangue do pai, que são injetados no organismo da mãe com o intuito de estimular, por uma via diferente, a produção de anticorpos contra o HLA paterno, que poderão, assim, ter o efeito protetor numa gravidez subseqüente. Esta é a teoria que justifica o tratamento de imunização com linfócitos paternos (ILP) para casos de abortamentos de repetição de causa aloimune.
Após mais de 4 anos de estatística e experiência com nossas pacientes, concluímos que 3 aplicações de ILP com intervalos médios de 3 semanas são suficientes para sensibilizar a grande maioria das pacientes, e em torno de 30% dos casos necessitam de mais uma dose de reforço. Uma vez imunizada, a paciente permanece por volta de 6 meses sem a necessidade de novo tratamento, possibilitando assim durante esse período engravidar espontaneamente ou por métodos de fertilização caso seja necessário. 

O quadro abaixo mostra a sorologia prévia a ser feita com amostra de sangue do marido para que possam ser feitas as vacinas ILP com seu sangue. Esta é uma segurança para que não seja transmitida nenhuma doença infecto contagiosa para a mãe no momento do tratamento. As sorologias prévias mudam dependendo da conduta de cada médico. Esta relação acima é um exemplo, utilizado pela Clínica RDO de São Paulo. Mas em outros lugares são exigidas outras sorologias também.